quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Associação dos Lavradores: Lavoura é o «pilar» da economia de São Jorge


A produção de leite para o fabrico do queijo e a criação de gado bovino são duas actividades fundamentais na ilha de São Jorge. Segundo as estatísticas oficiais, só em 2009, a produção leiteira na ilha foi de 29,8 milhões de litros (mais 2,1 milhões do que ano anterior), e foram comercializados quase 10 mil animais, para consumo interno e para exportação, sobretudo para Portugal Continental. «Esta actividade terá de ser sempre o pilar da economia da ilha», sublinha Leonel Ramos, presidente da Associação dos Lavradores jorgense.

Actualmente, na ilha existem cerca de 6250 vacas leiteiras (exclusivas para a produção de leite), perto de 3000 vacas aleitantes (para a produção de carne) e 100 vacas mistas (para leite e carne). Os dados da Associação dos Lavradores indicam também que no ano passado foram exportados cerca de 6500 animais vivos, e foram abatidas na ilha 1815 cabeças, para exportação e consumo local.

No entanto, a actividade atravessa uma crise que os jorgenses não sentiam «há muitos anos», garante o responsável da Associação de Lavradores. Falta alimento para dar aos animais, devido à ausência de erva nas pastagens, que estão alagadas devido ao mau tempo que tem fustigado a ilha nos últimos meses. O Governo Regional dos Açores já criou um programa de apoio ao fornecimento de produtos fibrosos, para alimentar o gado. Até então foram adquiridas 700 toneladas desses produtos, mas «já estão quase gastas», alerta.

O envelhecimento dos lavradores é outro obstáculo à manutenção da actividade, argumenta o responsável. A Associação de Lavradores conta com perto de 250 associados, enquanto que a Associação de Jovens Lavradores tem apenas cerca de 50, números que confirmam a tendência de envelhecimento.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Grupo Folclórico dos Rosais recupera bailes de roda tradicionais

Em 1991, os bailes de roda, tradicionais da ilha de São Jorge, entraram em crise. «Na altura, a tradição praticamente desapareceu», conta Gil Ávila, presidente da Casa do Povo dos Rosais, concelho de Velas. Para fazer renascer os bailes de roda, e o sentido de comunidade que neles reside, a Casa do Povo decidiu criar, em Agosto desse ano, o Grupo Folclórico dos Rosais, com base na recolha de informação feita com a ajuda das pessoas mais idosas da freguesia.

O Grupo Folclórico dos Rosais conta hoje com mais de 40 pessoas, maioritariamente entre os 14 e os 20 anos. «Mas temos pessoas entre os 3 e os 77 anos», conta Gil Ávila, acrescentando que é cada vez mais difícil arranjar rapazes para o grupo. O problema, comum aos vários grupos da ilha, surge na faixa etária dos 17 aos 25 anos. «Os jovens saem para estudar ou trabalhar fora da ilha, e quase nunca regressam», lamenta.

Os elementos do grupo apresentam-se com os trajes antigos da ilha – desde o traje domingueiro, ao fato de camponesa, agricultor, mordoma ou cavaleiro. «Ainda nos falta o sapateiro», aponta Gil Ávila. Os pares dançam ao som dos instrumentos dos tocadores – violão, violono, “viola da terra”, bandolim e cavaquinho – e da melodia da voz dos cantadores.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Cooperativa de Artesanato de Ribeira do Nabo luta para sobreviver

A Cooperativa de Artesanato Senhora da Encarnação nasceu em 1991, em Ribeira do Nabo, concelho de Velas, na ilha de São Jorge. Os 16 sócios fundadores tinham como objectivo levar o artesanato regional mais longe, através dos bordados, tecelagem e trapologia típicos da “ilha castanha” dos Açores. A Cooperativa contou já com 10 mulheres a fabricar manualmente, ou com a ajuda dos teares, as colchas, panos e toalhas, tapetes, cachecóis, camisolas, luvas e gorros de lã. Hoje, restam três – Ilídia Matos, de 26 anos, a irmã Bernardete, de 39 anos, e Avelina Reis, de 41 anos, que acumula o cargo de presidente da Cooperativa com o de tecedeira.

Através da participação em feiras de artesanato e da presença nas prateleiras de algumas lojas de produtos regionais dos Açores, a Cooperativa tem procurado divulgar os seus produtos dentro e fora da ilha. No entanto, não conseguiu ainda colher os frutos desse esforço.

O futuro desta empresa cooperativa não é risonho. «Não vejo ninguém com vontade e capacidade para assumir o projecto», lamenta Avelina. Com a quebra nas vendas, que só em 2009 desceram para 50 por cento, e com a falta de interesse dos jovens pelo artesanato, a responsável antevê um «futuro negro» para a Cooperativa, admitindo mesmo fechar portas caso o cenário não melhore até ao final de 2010.


Pastelaria Soares dedica-se ao pão e doces regionais de São Jorge


A Pastelaria Soares abriu portas há cerca de 15 anos na freguesia da Urzelina, concelho de Velas, São Jorge, para se dedicar à confecção dos doces típicos da ilha. No entanto, Guiomar e Fernando Soares, os proprietários, cedo se aperceberam que o negócio teria de passar também pela venda do pão caseiro.

Hoje, nas instalações da Pastelaria Soares, as quatro funcionárias – duas delas filhas do casal – fabricam diariamente o pão caseiro, pão de centeio e pão de sete grães, dedicando também especial atenção aos doces regionais. «As rosquilhas de água ardente, a rosquilha branca e as espécies são as mais procuradas pelos turistas», explica Guiomar Soares.

Mas ali faz-se um pouco de tudo: bolo de véspera (bolo típico das festas do Espírito Santo, mas vendido em fatias triangulares), pães de leite, bolo inglês, esquecidos, suspiros, e as famosas D. Amélia, muito apreciadas pelos continentais.



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Padaria e Pastelaria Brasil fabrica doces típicos da ilha de São Jorge



Fátima Brasil lançou-se no negócio da padaria e pastelaria em 1996, fazendo o pão caseiro e as bolachas secas no forno a lenha que tinha em casa. Dez anos depois, mudou o negócio para as instalações que hoje acolhem a Pastelaria e Padaria Brasil, na freguesia do Topo, na ilha de São Jorge, e hoje tem já sete mulheres a trabalhar consigo. As famosas espécies de São Jorge, feitas à base de pão ralado e com um sabor forte a funcho (erva doce), são as mais procuradas pelos turistas que visitam a ilha, sobretudo nos meses de Verão.

Mas na Padaria e Pastelaria Brasil fabricam-se também os esquecidos, os coscorões – muito apreciados nas festas do Espírito Santo -, as rosquilhas brancas e de água ardente, os caramelos, os suspiros e os torresmos, entre outra doçaria.

Diariamente, a padaria fabrica e distribui os produtos nos mercados da ilha, e vende também para as ilhas vizinhas do Pico, Faial e Terceira, estando também já nas prateleiras da Loja dos Açores, em Portugal Continental. Agora, «gostaria de exportar para outros países, sobretudo os esquecidos, as espécies, as rosquilhas fervidas, e as bolachas recheadas», afirma Fátima Brasil.





terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Grupo de Cordas de Manadas (Velas - São Jorge) divulga folclore açoriano


Criado em 1997 com base na escola de música da Casa do Povo de Manadas, nas Velas, São Jorge, o Grupo de Cordas tem como missão perpetuar a música regional açoriana e os sons populares portugueses. Já teve 21 elementos, mas hoje restam apenas nove pessoas. Com idades entre os 16 e os 31 anos, os elementos do grupo tocam o violino, o bandolim, a guitarra clássica e a “viola da terra”.

Comandados pelo maestro Agostinho Azevedo, que é também o professor na escola de música, já tocaram em outras ilhas açorianas – Pico, Faial e Horta -, no arquipélago da Madeira e nos Estados Unidos da América, mas nunca foram a Portugal Continental. A escola de música, que aceita alunos a partir dos oito anos, tem hoje 15 estudantes, que Agostinho Azevedo gostaria de ver integrarem o grupo de cordas.



Grupo de Cordas de Manadas